ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 01-06-2015.
Ao primeiro dia do mês de
junho do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Ariane Leitão,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton,
Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mônica
Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia,
Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota e Tarciso Flecha Negra. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Titi Alvares e Waldir Canal. À MESA, foi
encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 081/15 (Processo nº 0975/15), de
autoria de Airto Ferronato. A seguir, foi apregoado o
Memorando nº 024/2015, de autoria de Márcio Bins Ely, informando, nos termos
dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, do dia dois ao dia
nove de julho do corrente, em reunião do Conselho da Internacional Socialista
na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos da
América. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se Prof. Alex Fraga. Após, o
Presidente convidou a deputada estadual Manuela D’Ávila a integrar a Mesa dos
trabalhos. Na ocasião, foi apregoado Requerimento, de autoria de Jussara Cony,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia primeiro ao dia nove de
junho do corrente, tendo o Presidente declarado empossado na vereança a
suplente Titi Alvares, após a entrega do seu Diploma e Declaração de Bens, bem
como a prestação de compromisso legal e indicação do nome parlamentar,
informando que Sua Senhoria integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na
ocasião, foi apregoado Termo de Indicação de Líder e Vice-Líder, assinado por
Jussara Cony, informando que Titi Alvares e Rodrigo Maroni passarão a exercer,
a partir de hoje, a Liderança e a Vice-Liderança, respectivamente, da Bancada
do PCdoB. A seguir, o Presidente concedeu a palavra a Titi Alvares, nos termos
do artigo 12, § 8º do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Rodrigo Maroni, Cassio Trogildo, Ariane Leitão, Mônica Leal, Bernardino
Vendruscolo e Idenir Cecchim. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria
de Mônica Leal, solicitando Licença para Tratamento de Saúde para Guilherme
Socias Villela, do dia primeiro ao dia três de junho do corrente. Após, o
Presidente registrou o transcurso do aniversário de Bernardino Vendruscolo no
dia de hoje. A seguir, em face de Requerimento verbal formulado por Sofia
Cavedon, o Presidente determinou a retirada de termos das notas taquigráficas
do pronunciamento de Idenir Cecchim em Comunicação de Líder, após a anuência do
orador. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se Professor Garcia. Após, foi
apregoado o Memorando nº 011/15, de autoria de Clàudio Janta, deferido pelo
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, no dia de hoje e amanhã, em atividade da Semana Estadual do Meio
Ambiente – debate sobre Bioma Pampa –, em Pelotas – RS. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Cassio Trogildo e Fernanda Melchionna. Em
seguida, o Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL a Engº Comassetto, para relatar
sua participação, do dia vinte e quatro ao dia vinte e nove de maio do
corrente, na 45º Assembléia Nacional dos Servidores Municipais de Saneamento,
em Poços de Caldas – MG –, pronunciamento esse interrompido em face de
manifestações nas galerias. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e
seis minutos às dezessete horas e seis minutos. Após, foi aprovado Requerimento
verbal formulado por Cassio Trogildo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos
da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 049/15; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 094/15 e 279/14, este discutido por Alberto
Kopittke, Cassio Trogildo e Reginaldo Pujol, e o Projeto de Resolução nº
017/15. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Delegado Cleiton. Durante a
Sessão, Idenir Cecchim, Mônica Leal, Lourdes Sprenger e Séfora Gomes Mota
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e trinta
minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro
Pinheiro e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, aproveito o Grande
Expediente para também saudar as caras novas na Casa: a Ver.ª Ariane e a Titi
Álvares que hoje assumirá, sejam bem-vindas, bom trabalho. Como estou com a
saúde meio combalida serei bastante breve, visto que a dificuldade respiratória
é cruel.
Aproveito, primeiramente, este momento para
destacar e fazer um apelo para que o mais rápido possível o nosso Prefeito
possa sentar e negociar verdadeiramente com os municipários, pois a situação já
está ultrapassando os limites. Quando há negociação, geralmente as duas partes
sentam e conversam para chegar a um denominador comum. Infelizmente, não há
muita discussão com o Executivo Municipal, pois simplesmente sentam à mesa de
negociação, ouvem e dizem que nada pode ser feito, que nada será resolvido. E o
único avanço que houve, até agora, foi a retirada do projeto de lei que era
ofensivo à categoria, que retirava direitos dos nossos trabalhadores. Isso não
é um avanço, na minha modesta opinião, na verdade, esse projeto de lei enviado
pelo Executivo a esta Câmara é uma grande sacanagem – vamos colocar em termos
bem populares. Então, nada mais minimamente correto do que tirar da pauta esse
projeto que é um absurdo.
Muito bem, esperamos, então, que o nosso Prefeito
José Fortunati, ou o seu Vice, Sebastião Melo, mande a esta Casa um projeto que
não traga perdas para os municipários, nem perdas do tempo que passou, para que
todos eles, durante o seu período de efetivo trabalho no Município de Porto
Alegre, não tenham perdidos os direitos adquiridos até então; nem perdas para o
futuro, porque o projeto que estava nesta Casa acarretava perdas para o futuro,
ou seja, perdas na aposentadoria, perdas dos direitos adquiridos cujos
benefícios excedentes seriam concedidos na forma de abono. Então, estamos
ansiosamente aguardando que venha a esta Casa um projeto de lei digno, e que
possa ser, o mais rapidamente possível, votado pelos Vereadores daqui. Uma das
reivindicações da categoria é de que o Executivo estabeleça um prazo para
mandar um projeto de lei digno. A meu ver, temos anos em que o Ministério
Público ajuizou ação contra o Executivo e, durante esses anos, nenhuma gestão
se comprometeu ou efetivamente trouxe um projeto de lei que abonasse os
problemas ou prejuízos que os municipários teriam. Então, estamos esperando
ansiosamente para ver que tipo de projeto virá. Eu aguardo ansiosamente,
porque, como municipário, sou também parte interessada.
Outro ponto que destacamos é com relação a perdas
salariais. Os municipários exigiam 20% – a inflação do ano passado e também a
devolução das perdas acumuladas ao longo dos anos. A Prefeitura sinalizou com a
reposição da inflação do ano passado – essa foi a proposta inicial –, pelo
parcelamento a perder de vista. Alguns dizem que houve avanço na proposta do
Executivo, estabelecendo prazo da reposição das perdas do ano anterior em três
parcelas: uma imediatamente; outra, se não me falha a memória, em novembro ou
dezembro; e a outra em março do ano que vem. O término do pagamento da perda do
ano passado seria em março do ano que vem. Isso é afrontoso! Única e
exclusivamente essa proposta propõe a reposição das perdas salariais do ano
anterior; e o Prefeito e sua equipe querem pagar no ano que vem?! Isso é fazer
caixa com o salário dos servidores. Então, que se melhore essa proposta, porque
até agora não houve avanço nas negociações. Não houve! Um projeto de lei digno,
que não acarrete perda para os funcionários, não foi proposto, simplesmente foi
retirado de pauta um que era maléfico, trazia prejuízos aos nossos servidores.
Portanto, a retirada desse projeto não é avanço coisa nenhuma.
Segundo: reposição de perda da inflação não é reajuste salarial, não houve ganho real em termos econômicos para os servidores, e a proposta de pedalar a perda inflacionária para até março do ano que vem, isso beira ao absurdo, isso é, sinceramente, tripudiar sobre os servidores do Município. Mesmo porque aqui, nesta Casa, foi aprovado, recentemente, um polpudo reajuste para uma pequena parcela de servidores: os servidores da Fazenda. Uma pequena parcela teve seus vencimentos aumentados, dependendo do caso, em até 200%. Por que para esta casta de privilegiados existe dinheiro no caixa municipal e para os outros servidores não tem? Por que os servidores da Fazenda são mais importantes? Será que seu serviço, será que seu trabalho é mais digno, mais nobre? Nós temos, entre os quadros, operários de nossa Cidade, funcionários que não recebem em seu salário-base o salário-mínimo nacional, ele só é atingido com gratificações, abonos, mas o salário-base não chega, para muitos dos nossos funcionários, ao salário-mínimo nacional. Isso é um desrespeito com relação ao trabalhador, isso é vexatório, isso é vergonhoso! Portanto, temos problemas graves, sim. O nosso Prefeito e o seu Vice, Sebastião Melo, varrem a sujeira para baixo do tapete, fazem um péssimo trabalho de gerenciamento das finanças do nosso Município. E o cobertor não está curto coisa nenhuma, porque se tem para pagar uma casta de privilegiados, tem para pagar o restante dos servidores, que são os que fazem a máquina do Município girar, fazem o trabalho essencial à nossa população acontecer. Portanto, estejamos mais sensíveis a esse tema.
Gostaria de aproveitar o final desse meu tempo para
fazer, mais uma vez, um convite para que todos os Vereadores e todas as pessoas
que estão nos assistindo compareçam ao 2º Encontro da Frente Contra a Violência
nas Escolas, que vai acontecer no dia 18 de junho, aqui na Casa. Compareçam! O
próximo evento agendado vai ser a escuta dos relatos de violência que
professores e a comunidade escolar vêm vivenciando nas nossas escolas. Estão
todos convidados. Boa tarde a todos e até mais!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido para compor a Mesa a Deputada Estadual
Manuela d’Ávila.
A Ver.ª Jussara Cony solicita
Licença para Tratamento de Saúde no período de 1º a 09 de junho de 2015. A
Suplente Ticiana Alvares assumirá no lugar da Ver.ª Jussara Cony. Solicito à
Suplente Ticiana Alvares que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta
Mesa.
(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de
Bens.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que a Suplente
Ticiana Alvares prestará a seguir.
A SRA. TICIANA ALVARES: "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o
mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Declaro empossada a Ver.ª Ticiana Alvares. O
nome de V. Exa. já está aqui consignado, Titi Alvares. V. Exa. integrará a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM.
Apregoo o Termo de Indicação, de autoria da Ver.ª Jussara Cony, que
comunica que a Ver.ª Titi Alvares, a partir do dia 1º de junho de 2015,
assumirá a liderança da Bancada do PCdoB da Câmara de Vereadores, sendo
Vice-Líder o Ver. Rodrigo Maroni.
A Ver.ª Titi Alvares está com a palavra, nos
termos do art. 12 do Regimento.
A SRA. TITI ALVARES: Obrigada, Sr. Presidente, boa tarde a todos e
a todas. Para mim é uma grande honra subir a esta tribuna como Vereadora de
Porto Alegre, especialmente em substituição da minha Líder e grande
inspiradora, Ver.ª Jussara Cony, que se licencia por alguns dias para tratar de
um problema respiratório. Como vocês sabem, a Verª Jussara Cony sofre de asma
e, por isso, teve que se afastar por alguns dias. Para mim será um grande
desafio substituir uma mulher tão aguerrida, tão de luta, quanto a Verª Jussara
Cony. Queria dizer também que, para mim, é uma alegria muito grande representar
o povo de Porto Alegre, porque eu concorri em 2012, quando vivíamos um momento
bem diferente do que vivemos hoje em algumas circunstâncias. Para mim, representar a população por votos que foram concedidos a
mim, principalmente, pela juventude e por uma turma que defende uma visão de
Cidade diferente, com um olhar renovador, com um olhar jovem, é um grande
desafio. Se muita coisa mudou de 2012 para cá, quando eu concorri - houve as
manifestações de junho, as eleições no ano passado e um crescimento de um setor
mais conservador da sociedade -, é ainda mais importante que a gente consiga
fazer com que as pautas que defendíamos lá em 2012, como a ocupação dos espaços
públicos, que as pessoas de Porto Alegre passam a ter o verdadeiro acesso à
Cidade, seja aos parques, seja à escola, seja aos serviços de saúde, aos outros
serviços públicos...Hoje, é também importante a gente subir aos Parlamentos,
nas ruas e em todos os lugares para defender os direitos conquistados
historicamente pela nossa população no sentido de que não sejam retirados. Eu
queria me referir aqui, especialmente, a algumas pautas, que eu acho que são
bem atuais e importantes, que refletem esse momento mais conservador vivido em
todo o nosso País como é, por exemplo, a pauta da redução da maioridade penal,
que seria um grande retrocesso para o nosso País, se passasse.
Mas eu também queria
vir aqui e, ao longo destes dias que estarei aqui, valorizar o que a nossa
Cidade produz de bom, que são estas outras pautas e novas pautas ligadas à
questão da Cidade como, por exemplo: o debate em torno do cercamento ou não dos
parques, em especial, o da Redenção; o debate sobre a ocupação do Cais Mauá para
as pessoas e da orla do Guaíba; o debate em torno de uma mobilidade que passe
por um sistema integrado de transportes que utilize bicicleta, que utilize
melhor o transporte coletivo.
E eu não poderia
deixar de falar aqui, também, sobre um papel muito importante que a Ver.ª
Jussara ocupa aqui nesta Casa, que é a Frente Parlamentar em defesa dos
servidores e do serviço público. A gente está vivendo um momento de greve dos
municipários na Cidade, e eu tenho certeza que nós vamos conseguir, juntos,
construir uma saída de conquistas para toda a classe trabalhadora da cidade de
Porto Alegre.
Senhoras e senhores,
para mim, é importante ressaltar também que eu entendo essa minha subida aqui
na tribuna como uma sequência iniciada lá em 2004 pela Deputada Manuela, quando
foi eleita Vereadora aos 22, 23 anos de idade, que também despertou para os
partidos políticos.
Eu queria agradecer a
presença aqui do PCdoB e da AJS, porque o meu partido sempre valorizou o papel
da juventude. Mas, a partir da eleição da Deputada Manuela, em 2004, a
juventude e os partidos em geral passaram a enxergar com maior importância e
papel estratégico o fato de ter Parlamentares jovens não só para pautar as
políticas públicas de juventude, a juventude que é responsável por 50 milhões
de pessoas no nosso País, mas também é muito importante ver com olhares
renovadores, com uma perspectiva jovem a nossa Cidade, que tantas vezes ocupou
um papel protagonista como na construção do Fórum Social Mundial, no Orçamento
Participativo. Nós precisamos retomar saídas criativas para a solução de vários
problemas que a nossa população ainda enfrenta.
Então eu tenho
certeza de que vai ser um grande desafio, ao mesmo tempo, uma honra ocupar a
tribuna e defender os direitos da população de Porto Alegre. Obrigada.
(Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo
Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde,
Presidente Mauro Pinheiro; demais Vereadores, Deputada Manuela d’Ávila que se
faz presente aqui; demais funcionários da Câmara Municipal; público que nos
assiste, hoje com a militância aqui do JS, do PCdoB; público que nos assiste em
casa.
Quero, antes de falar
da Jussara e da Titi, comentar sobre uma visita que fiz hoje, pela manhã,
dentre as políticas que eu tenho falado quase que diariamente e comentado da
importância da política e dos Parlamentares conhecerem a realidade dos idosos.
E hoje estive num desses lugares que, para mim, é um padrão a se chegar no
público, que foi na Geriatria Monte Carlo, onde tem cerca de trinta idosos, no
bairro Três Figueiras, e é um dos altos padrões. Dentro de
tantas políticas que faltam para os idosos, esse local é uma referência. E
tenho a convicção de que deveríamos tê-lo como parâmetro para aplicar na
Prefeitura Municipal, no Governo do Estado e na absorção dessa política para os
nossos idosos.
E, também, estive no Instituto de Psiquiatria, com
o Sr. Nelson Asnis, que trata a questão da reforma psiquiátrica como algo
importante, numa sociedade com tantos problemas, onde 80% dessa população têm
algum tipo de doença psiquiátrica, seja esquizofrenia, bipolaridade, ou
depressão.
Precisamos debater a questão psiquiátrica, porque é
debater a vida, é debater o que pensamos para o futuro. Isso faz parte da saúde
pública.
Eu fui ao Instituto Forense, que, infelizmente,
ainda está muito aquém da realidade da recuperação psiquiátrica, que faz o que
é possível lá, porque a realidade é muito dura, e, muitas vezes, é feito o
debate antimanicomial. Só que há pessoas doentes, que não têm controle de si, e
é necessário que isso seja debatido. O debate sobre a reforma psiquiátrica é
necessário, e, inclusive, estamos planejando uma Tribuna Popular com o Sr.
Nelson Asnis. Falarei com o Presidente Mauro nesse sentido, para debatermos a
reforma psiquiátrica.
Quero falar, também, sobre a minha querida Jussara
Cony, pessoa pela qual tenho um apego pessoal, ela que é uma mãe da política
histórica com toda a sua trajetória, tem paciência e tolerância nas trocas de
opiniões comigo.
Muitas vezes, eu lhe digo que ela é uma das
melhores pessoas que conheci na política, e que a admiro muito. Estimo as
melhoras dela.
E, também, quero falar da Titi, que conheço há
bastante tempo do Movimento Estudantil, numa ocasião, nos encontramos em
Carneiros, em Pernambuco, e a Titi expressa no próprio olhar a forma sincera e
do bem que ela é.
É uma pessoa que dá para ver a pureza na sua
maneira de se colocar na política.
E eu, particularmente, tenho um carinho muito
grande por ela, fico muito feliz de ela já assumir na Câmara como minha Líder;
eu a estimo, e, com certeza, ela toda condição de assumir como Líder. Agora,
ela vai assumir como Presidente Municipal do Partido, e tenho certeza de que
vai cumprir um bom papel.
Falar da Titi é falar da história dos últimos 15
anos do Movimento Estudantil, é falar duma figura carismática. Provavelmente,
será a candidata prioritária do Partido nas próximas eleições. E isso não
ocorrerá por nada, mas, sim, pela capacidade política que tem, pela forma
humana, honesta com que enxerga a política. Ela é uma pessoa de massas, que já
conduziu os mais diversos movimentos estudantis. A gente falava da Ariane, e
agora falo da Titi. As duas têm um perfil muito parecido: são mulheres jovens
tomando conta da política aqui. Quero também, Titi, te desejar um bom mandato,
que nesta semana...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. RODRIGO MARONI: ...que, nesta semana, a gente aprenda muito um com o outro, que a gente
consolide a nossa relação de carinho, de amizade, fiquemos ainda mais amigos,
que a gente consiga construir, nesta semana, políticas conjuntas, Titi,
debatendo, para fortalecer o Partido aqui dentro, contigo como nossa Líder.
Falar de ti é falar da história da Manuela, como tu bem falaste, uma figura que
conquistou, pelo carisma, a política. E eu também não tinha como deixar de falar do
Vinícius Puhl, lá da origem, uma figura da década de 90, uma grande liderança
do PCdoB.
Então, deixo uma saudação a ti, ao PCdoB, ao UJS;
Titi, que tu tenhas uma vida longa aqui na Câmara de Vereadores, que tu te
reelejas, pois, com certeza, tu serás uma figura que vai marcar aqui dentro.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Mônica
Leal, na condição de Líder da Bancada do Partido Progressista e nos termos do
art. 218, § 6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o
Ver. Guilherme Socias Villela no período de 1º a 3 de junho de 2015.
O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIO TROGILDO: Presidente Mauro
Pinheiro, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas
galerias e também pela TVCâmara, primeiramente, em nome da Bancada do PTB,
quero saudar aqui a posse da Ver.ª Titi, que ela possa ter muito êxito aqui
na sua passada pela Câmara Municipal. Nossa colega Titi, seja muito bem-vinda.
Também aproveito para fazer uma saudação a Ariane, eu já havia feito
pessoalmente, mas não da tribuna. A Ver.ª Titi vem, neste momento, substituir
uma Vereadora muito aguerrida, a Ver.ª Jussara Cony, e a gente a vinha
acompanhando nos últimos dias, e, realmente, a questão da respiração dela
estava bastante prejudicada, mas isso não foi o suficiente para tirá-la da mesa
de negociações com o Sindicato dos Municipários, e este é o assunto que eu
quero abordar aqui, as nossas mesas de negociações.
Eu participei das três últimas mesas de negociações
e vou aqui talvez fazer uma leitura um pouco diferente da que fez o Ver. Prof
Alex. a respeito das nossas mesas, das nossas rodadas de negociações,
principalmente a última, que foi ainda na semana passada, quando o
Vice-Prefeito, Sebastião Melo, que tem conduzido o Governo, fez toda uma recapitulação
do que foi a questão do efeito cascata. O efeito cascata, todo mundo sabe,
nasceu de uma Emenda Constitucional em 1998, e aqui, em Porto Alegre, apenas em
2010, foi que o Ministério Público ingressou com uma ação, para que o Executivo
cumprisse o que eles achavam que era um descumprimento da Emenda Constitucional
de 1998. Então, em 2010, houve a ação do Ministério Público; em 2013, o
Município ganhou em primeiro grau, Ver. Professor Garcia; em 2013, o Município
ganhou Ver.ª Sofia, em primeiro grau a questão do efeito cascata, ou seja, esse
assunto passou a ser, de certa forma, mais contundente a partir do recurso no
Tribunal de Justiça, Ver. Cecchim, quando aí, sim, o Ministério Público,
mediante a um agravo no Tribunal de Justiça, conseguiu reverter a decisão de
primeiro grau, e o Município se viu obrigado a cumprir a decisão de não poder
mais o efeito cascata. Na verdade, a Procuradoria do Município defendia que a
forma que o Município encaminhava não era inconstitucional. Então, a partir de
2013, esse assunto veio mais à tona, montou-se um Grupo de Trabalho, inclusive
com a participação dos Municipários que vinham trabalhando, Ver. Garcia, num
projeto de lei para que não houvesse perda nem para trás, nem perda na
atualidade, nem perda para o futuro.
No final do ano passado, foi, sim, um condicionante
do Simpa que se enviasse um projeto para esta Casa. Inclusive, nós tivemos um
acordo aqui na Câmara no sentido de que não votaríamos nenhum projeto relativo
aos servidores se o projeto não fosse encaminhado aqui. O Executivo mandou o
projeto, que foi um projeto de precaução, garantindo que não houvesse perdas
para trás, e foi nesse sentido que veio o projeto do Executivo para cá.
Este ano, com o início da greve, o Simpa pediu,
Ver. Pablo, que, para continuar as negociações, o Executivo retirasse o projeto
da Câmara Municipal; e, prontamente, na mesa de negociações, o Executivo
Municipal retirou, o que foi considerado, pela mesa de negociações e pelos
municipários, um avanço. Pois fomos adiante, Ver.ª Sofia, e tivemos, na última
reunião, o compromisso do Governo de, imediatamente, retomar aquele projeto que
estava sendo trabalhado pelo Executivo, garantindo que não haja perdas nem para
trás, nem no presente, nem no futuro. Na sexta-feira, inclusive, já houve a
primeira reunião, com a participação dos municipários, e esse trabalho vai
continuar. Também foi reconhecido, Ver. Prof. Alex, que fez uso
da palavra no início desta Sessão, pelos municipários, como um avanço esse
trabalho do Executivo de garantir que o efeito cascata esteja superado.
O projeto que vai ser construído não vai precisar
alterações neste Legislativo. Também foi tratada a questão do reajuste, e foi,
sim, colocado que o Executivo não tem as condições financeiras para pagar a
totalidade da reposição de uma vez só, mas ficou de analisar a melhora da
proposta de parcelamento para que os municipários tenham a menor perda
possível. Em relação às progressões, ficou combinado que, a partir de setembro,
vai se ter uma proposta concreta do pagamento das progressões e também do
parcelamento dos valores devidos. Em relação ao plano de saúde, o Executivo
aceitou discutir a inclusão dos dependentes – o que, hoje, não é possível – no
novo plano até o limite de comprometimento dos valores que eram gastos com a Associação
dos Funcionários Municipais. Em relação ao vale-alimentação, já ficou garantida
a integralidade dos 8.17, que é a reposição da perda inflacionária.
Portanto, nós estamos tendo avanços, sim, nas
negociações. Está cada vez mais madura a negociação entre a Prefeitura e os
representantes do Sindicato dos Municipários, reconhecidos na própria mesa de
negociação pelos representantes do Simpa e pelos Vereadores que lá se fizeram
presentes. Nós estamos avançando. Talvez ainda não nas
condições necessárias, Ver. Dr. Thiago, suficientes para que se encerre a
greve. Mas esse é um caminho que está sendo percorrido pelo Executivo e também
pelos funcionários, para que se possa chegar a bom termo, para que se finalize
esse movimento e que todos voltem ao trabalho com dignidade, atendendo a
população, que é quem mais sofre com essa paralisação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Ariane
Leitão está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. ARIANE LEITÃO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, uma saudação especial à Vereadora empossada hoje,
Titi Alvares: sucesso, boa caminhada! Que bom que a bancada feminina e
feminista está reforçada na Câmara de Vereadores! Uma saudação à Direção do
PCdoB aqui presente, à Deputada Estadual Manuela D’Ávila, que nos dá a honra da
presença, onde já esteve trabalhando, participando, fazendo leis para a cidade
de Porto Alegre, seja bem-vinda!
Neste tempo de
liderança de oposição, quero falar da importância de nós trazermos a discussão
das políticas de gênero, um dos motivos pelos quais me fez tomar posse aqui. Na
semana passada, tive a oportunidade de colocar algumas das ações que nós já
protocolamos. A ideia é de que deixemos marcadas algumas iniciativas para que
as políticas de gênero sejam reforçadas na cidade de Porto Alegre. Nós
apresentamos dois projetos de lei exigindo a obrigatoriedade dos telefones de
atendimento de emergência às mulheres vítimas de violência nos espaços públicos
da cidade de Porto Alegre e também nos veículos de transporte coletivo e
individual, ou seja, em táxis também. Recentemente, uma menina foi estuprada
por um taxista. E essa é uma situação que acontece, não foi a primeira vez. Nós
precisamos ter mecanismos públicos para o enfrentamento desse tipo de
violência. Não só a questão da veiculação dos números de emergência como forma
de constranger criminosos, mas também que se tenha uma atuação enérgica do
poder público municipal no enfrentamento a esse tipo de violência contra as mulheres e meninas da nossa Cidade. Nesta mesma perspectiva,
nós estamos apresentando um projeto de lei, hoje, que obriga o Executivo
Municipal a apresentar o número de atendimentos a mulheres e meninas vítimas de
violência no CRVV de Porto Alegre, dizendo qual o tipo de atendimento, qual o
tipo de violência sofrida e como vamos trabalhar a formulação de políticas
públicas a partir destes dados.
Nós vivemos em uma
Cidade onde a rede de atendimento às mulheres é fraca e ineficiente.
Continuamos sendo uma Cidade que não é referência para as políticas de gênero;
continuamos sendo uma Cidade em que os órgãos públicos, especialmente, passam
ao largo de suas responsabilidades em relação ao enfrentamento de todas as
formas de violência. Portanto, na Cidade temos, praticamente, a maioria das
mulheres chefes de família.
O que nós estamos
apresentando aqui não é uma alternativa, não é um favor, e sim uma
responsabilidade para o Executivo Municipal, uma responsabilização, não só do
Legislativo, mas para o Executivo Municipal, na promoção, na organização de
políticas públicas de gênero na cidade de Porto Alegre.
Além disso, Sr.
Presidente, nós estamos indicando ao Executivo Municipal a ampliação da licença
paternidade. Não é mais possível que discutamos a questão da
licença-maternidade como uma responsabilidade somente das mulheres. Nós
precisamos ampliar esta responsabilidade. Mais do que isso, ampliar a questão
também da convivência dos pais com seus filhos.
Eu sou uma jovem mãe,
recentemente, tive a felicidade de ter meu filho - há três meses, somente – e o
que percebo é que a falta do pai na convivência com meu filho faz uma grande
diferença. É necessário que o Brasil, que a sociedade brasileira discuta essa
licença como a licença natalidade, para as crianças. A licença não é para as
mães, é para os filhos e para as filhas, é para a família.
Portanto, este é o
indicativo que colocamos aqui para ampliação do escopo da licença, não só para
as mães, mas também para os pais. E quem sabe, a cidade de Porto Alegre faça
história a partir dessas ideias que estamos apresentando aqui.
Encerro, mais uma
vez, dizendo da importância do processo que o País discute, neste momento,
sobre a questão da reforma política. Fiz uma fala na semana passada sobre esta
importância. Nós tivemos a informação de que a bancada da bíblia, do boi e da
bala, no Congresso Brasileiro, está trabalhando para a retirada dos 30% das
mulheres, na participação das mulheres nas próximas eleições. Isto é um
absurdo! Isso é um retrocesso que o movimento de mulheres não vai aceitar, que
as mulheres Parlamentares não vão aceitar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. ARIANE LEITÃO: ...e nós, mulheres de
todos os partidos, de todos os espaços, de todos os setores, vamos estar
atentas a esse retrocesso que acontece no Congresso Nacional. Não é possível
que, em um País onde nós temos mais de 50% da população de mulheres, queiram
restringir a nossa participação política por questões fundamentalistas,
especialmente, vinculadas à questão religiosa. Nós não vamos aceitar! Vamos
continuar lutando pelo financiamento público e por uma reforma política que nos
dê uma real representatividade na política brasileira. É isso, Sr. Presidente.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Mônica
Leal está com a palavra para uma Comunicação Líder.
A SRA. MÔNICA LEAL: Vereador-Presidente
Mauro, Vereadoras, Vereadores, pessoas que nos assistem aqui e através da
TVCâmara, quero cumprimentar a Ver.ª Titi, que nos honra com a sua chegada. Eu
sempre falo que o “partido feminino” da Câmara Municipal de Porto Alegre
sobrepõe a siglas partidárias e ideologias políticas. Nós ficamos felizes
quando recebemos mais uma mulher no Parlamento, porque sabemos que a caminhada
é extremamente difícil. Então, essa é uma vitória que todas nós, de todos os
partidos, comemoramos.
Eu utilizo a tribuna,
nesta segunda-feira que inicia o mês de junho, muito contente, e o que é bom é
para ser compartilhado. A Câmara Municipal, através da Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, no dia 17 de março de 2015,
fez uma reunião nesta Casa e chamou as operadoras de telefonia por uma série de
reclamações que eu, como Vereadora, recebia no meu gabinete. Levei à pauta para
a Ver.ª Fernanda Melchionna, Presidente da Comissão da qual eu tenho a honra de
fazer parte e, imediatamente, essa pauta se transformou em uma reunião
extremamente produtiva. Como as pessoas na rua, na sua grande maioria,
desconhecem o trabalho da Câmara Municipal de Vereadores, eu quero ler para os
senhores e senhoras as manchetes que saíram hoje na imprensa: “Oi é proibida de
vender novas linhas no Rio Grande do Sul”. Essa é apenas uma das manchetes que
eu tenho aqui para compartilhar. Agora, por que isso? A operadora líder de
reclamações no Estado terá de pagar uma multa de R$ 3.000,71 por linha de
telefone vendida, se descumprir a medida. A Oi está proibida de vender essas
linhas de telefone fixo e de celular em todo o Rio Grande do Sul por 30 dias. A
operadora é líder de reclamações no Estado e foi notificada na tarde de
sexta-feira. Vejam bem: nesta Câmara, nesta Casa, na Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana, nós reunimos, nada mais, nada menos, do
que as operadoras GVT, TIM, Oi, Procon de Porto Alegre, Procon do Rio Grande do
Sul, Anatel, advogados, para que explicassem a quantidade de reclamações,
respondessem o questionário, quantos funcionários existem atendendo essa série
de reclamações, e as operadoras continuavam vendendo telefones. Então, vejam
bem que esta Casa, esta Comissão, sob a presidência da Ver.ª Fernanda
Melchionna, com o Ver. Alberto Kopittke de Vice-Presidente, com os Vereadores
João Bosco Vaz, Paulinho Motorista, Alex Fraga e esta Vereadora, preocupados
com o atendimento à população – e este é o trabalho de um Vereador –, por um
pedido desta Vereadora, que foi sensível às reclamações, imediatamente
transformou essas solicitações em uma reunião que hoje vemos aí: “Oi é proibida
de vender novas linhas até que resolva o atendimento na cidade de Porto Alegre
e no Estado do Rio Grande do Sul”. Muito obrigada. Eu queria compartilhar esse
grande feito dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, não sei se é regimental ou não, o
Ver. Bernardino Vendruscolo está de aniversário e eu acho que nós poderíamos
parabenizá-lo.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Quero parabenizá-lo pela passagem do seu aniversário, Ver. Bernardino
Vendruscolo.
O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, é verdade, eu estou de aniversário. O Ver. Idenir
Cecchim está preocupado que eu possa estar nervoso, mas eu não estou nervoso,
eu estou um pouquinho preocupado, senhoras e senhores – principalmente os
nossos representantes –, todas as mulheres que aqui estão e aquelas que estão
nos assistindo. Vocês, mulheres, merecem todo o nosso respeito e temos
trabalhado para que, efetivamente, isso aconteça. Todos saberão, logo a seguir,
porque faço essa referência com certa ênfase.
Neste 1º de junho, data do meu aniversário, se comemora o Dia Nacional
da Imprensa. Quero prestar minha homenagem a todos esses profissionais, que
desempenham um papel social fundamental ao levar informações à sociedade.
Desejo que as pautas positivas também façam parte do dia a dia das senhoras e
dos senhores da imprensa, que possam fazer, sim, trabalho com independência,
mas, acima de tudo, com respeito. E é por isso que eu peço aos meus prezados
colegas para ouvirem um áudio neste momento.
(Procede-se à
reprodução de áudio.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Bom, os senhores e as senhoras sabem que, há muito
tempo, venho trabalhando sobre esse assunto. Aliás, eu não sou melhor do que
ninguém, mas eu tenho a impressão de que já, de uma forma ou de outra, os
colegas estão convencidos de que sou um dos trabalhadores desta Casa, como
todos são; uns, de uma forma, outros, de outra; uns defendem umas bandeiras,
outros defendem outras, enfim, temos tido aqui discussões, mas, evidentemente,
procuramos nos respeitar.
As mulheres desta Casa têm feito um trabalho
fundamental, na medida em que defendem, sim, o respeito e a valorização das
mulheres não só na vida política, mas na sociedade de um modo geral. E este
Vereador nunca mediu esforços para apoiá-las nesse sentido e nunca medirá
esforços em defesa da igualdade e do respeito às mulheres. Agora, Sras. Parlamentares
desta Casa, esta senhora, representando o veículo, quer queira ou não, porque
trabalha na Rede Pampa de Comunicação, usou o seu espaço num programa de rádio
para fazer este comentário. Eu vou pedir para que repitam, por favor, para que
todos aqui não saiam com dúvida.
(Procede-se à reprodução de áudio.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Então, essa senhora quer me ver pendurando uma
melancia nos meus testículos para ficar boludo. Essa senhora, cujo nome não
cito, me ofendeu, ofendeu todas as mulheres: ela ofendeu as minhas filhas, a
minha mulher e todas as senhoras. É por isso que faço este pronunciamento.
(Aparte antirregimental.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Foi na Rede Pampa de Comunicação.
Prezados colegas Vereadores, é claro que ela não
fala pela Pampa. É claro! Mas os seus diretores têm responsabilidade. Até
agora, ninguém me ligou, ninguém se pronunciou. E o que representa o silêncio?
Os que estão mais próximos sabem que me preparo
para agradecer a oportunidade que tive de exercer três mandatos. E, dentro da
minha capacidade – e não sou melhor do que ninguém –, dentro das minhas
limitações, tenho honrado o voto dos meus eleitores e respeitado as senhoras e
os senhores, respeitado a população. Esse assunto eu já trato aqui há quase dez
anos aqui. Eu e qualquer Parlamentar, mesmo aquele que não tem honrado os seus
compromissos, nem esse merece receber esse “elogio” num canal de comunicação.
Sabem por quê? Porque uma comunicadora tem que ter responsabilidade com a
formação, com as crianças que estão ouvindo o rádio. Não pode ter essa
irresponsabilidade, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Onde vamos chegar?
Então, faço um apelo às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores, a esta Casa:
não podemos permitir esse tipo de comportamento. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; o que acabamos de
escutar aqui, no áudio e no pronunciamento do Ver. Bernardino Vendruscolo, é
uma coisa deplorável. Mas tenho certeza, Ver. Bernardino, de que os diretores
da TV Pampa, da Rádio Pampa, do jornal O Sul, de toda a Rede Pampa não sabem,
não ouviram, porque são responsáveis. É uma rede que valoriza o que é nosso,
valoriza a Câmara, valoriza o Rio Grande e valoriza as nossas coisas. Mas essa
senhora – o senhor não disse o nome, mas eu digo –, Beatriz Fagundes, é uma
comunicadora vesga, ela só vê para um lado, e não é de hoje, é de muito tempo!
Ela já me ofendeu quando eu estava na SMIC. Ela é uma desqualificada!
Comunicadora desqualificada, que não merece o título, os jornalistas devem ter
vergonha de uma senhora como essa, mal-amada e que destila o seu veneno todas
as manhãs. Ela não se dá conta de que está lá de contrapeso, e não pela
qualidade que ela tem! Não tem qualidade e não tem respeito, o que é pior. Não
tem respeito nem pelas mulheres, nem pelos homens, nem por ela mesma. Não tem
respeito nem por ela mesma! Fica fazendo gracinha com a vida dos outros, com
quem trabalha, e eu pergunto: quem fez mais pela cidade de Porto Alegre? Ela,
desqualificada, ou o Ver. Bernardino, que tem três mandatos? Eu não sei de nada
que ela tenha feito a não ser denegrir imagem de pessoas. Nada mais do que isso:
denegrir a imagem das pessoas, e ela o faz cirurgicamente. Ela ataca a quem
interessa a ela e aos seus atacados. E “aos seus”, que eu digo, não são os seus
colegas, não. “Aos seus”, particulares! Ela que não pense que ela vai dizer o
que quer e o que não quer o tempo todo sem nenhuma reprimenda. A imprensa é
livre, é verdade, é livre e deve continuar livre, mas para pessoas que
respeitem quem está do outro lado da linha. A imprensa é livre para as pessoas
de toda a Rede Pampa, com exceção dela. Não conheço mais ninguém na Rede Pampa
que seja igual a ela, porque todos respeitam os colegas, os ouvintes, os
telespectadores, os leitores. Toda a Rede Pampa respeita, e não vai ser essa
senhora que vai manchar ou denegrir uma empresa comandada por uma família decente,
por diretores decentes e comprometidos, não vai ser a Dona Beatriz Fagundes que
vai dizer bobagem o tempo todo. A nós, Vereadores desta Câmara, só cabe uma
coisa: repúdio, repulsa e um “não” para essa comunicadora, que perdeu o
respeito, perdeu os cadernos, perdeu o juízo e não sei se já não vendeu a alma
para o diabo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Gostaria de convidar as Vereadoras: Titi, Lourdes, Mônica, a nossa
Coordenadora da Mulher, Telassim, do PT; a Fernanda Melchionna. Presidente, em
primeiro lugar, me cumpre, em nome das mulheres, dizer que o Ver. Cecchim tem
justa indignação, acho que foi infeliz a manifestação da jornalista, mas
expressões como mal-amada são expressões machistas. Esse tipo de censura, dessa
ordem, nós gostaríamos que ele retirasse. Sei que o Ver. Cecchim falou desse
jeito sem pensar, mas, muitas vezes, as mulheres são atacadas por sua condição
de gênero quando elas erram, e isso é inaceitável! Todas as mulheres exigem ser
respeitadas no argumento, criticadas no argumento. Em segundo lugar, quero, com
muita emoção e com muita gratidão ao conjunto das Vereadoras, ler aqui o Termo
de Indicação, feito em função de eu ter tomado essa iniciativa, não por eu ser
melhor ou diferenciada de nenhuma delas, qualquer uma poderá, e virá, com
certeza, cumprir o papel com muita competência. As Vereadoras estão me
indicando, neste ano, para ocupar a função de Procuradora Especial da Mulher
aqui nesta Câmara. Nós gostaríamos de entregar a indicação a V. Exa., agradecer
o conjunto dos Vereadores, que também votaram na criação desta Procuradoria, e
dizer que, coletivamente, nós vamos mostrar às mulheres de Porto Alegre que
elas têm que estar na política, vamos ampliar a escuta, ampliar o seu grito de
alerta, o seu pedido de políticas que defendam a mulher.
Queria agradecer às gurias – estou muito emocionada
– e dizer que nós vamos trabalhar coletivamente para que tenha mais mulheres na
política e que a nenhuma mulher falte política pública e que não tenha mais
violência contra as mulheres.
(Procede-se à entrega do documento.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: Presidente Mauro, é muito importante para nós, mulheres, deixarmos
registrado que repudiamos esse tipo de atitude da jornalista Beatriz Fagundes,
com o nosso colega Ver. Bernardino. Todas nós não aceitamos esse tipo de
atitude.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, da mesma forma, não podemos aceitar que ataque aos
nossos colegas, o que também, por extensão, nos atinge, como mulheres. Já
ocorreu comigo uma crítica pesada a um projeto de minha autoria, mas a pessoa
não conhece a extensão daquilo que apresentamos. O Ver. Bernardino, há anos,
está tentando emplacar essa CPI e conseguiu agora. Não é possível que o cidadão
e a cidadã queiram compactuar com a falta de prestação de contas, que é este
caso, pois receberam verbas públicas. Há anos, o Ver. Bernardino tenta buscar
justificativa e não é ser atacado desta forma.
A SRA. SÉFORA
GOMES MOTA: Eu entendo a revolta e indignação do Ver. Idenir Cecchim, até porque já
fui atacada por essa pessoa, que é amarga, de repente é mal resolvida, e quando
fala, fala de uma maneira totalmente irresponsável e desrespeitosa. Meu repúdio
e de toda esta Casa, porque a gente, infelizmente, já é tão julgado pela
imprensa, e sempre colocado como sendo os errados, e tudo o que é ruim na
política aparece, e o que é bom nunca aparece. Ela, mais uma vez, fazendo um
desserviço para todos nós, ataca-nos desta maneira.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, em respeito às mulheres desta Casa e a todas as
mulheres, retiro a palavra mal-amada, não pela comunicadora, mas pelas mulheres
todas, que merecem. (Palmas.) E gostaria que a Ver.ª Sofia viesse ao microfone
e também pedisse que essa comunicadora nunca mais
usasse este termo: “pendurar uma melancia nos testículos de um Vereador!”
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Cecchim, bastante fleumático como sempre, mas
ao mesmo tempo ele teve a grandeza de vir aqui e colocar a questão “mal-amada”.
Porque, na realidade, todas as mulheres merecem ser bem-amadas, Vereador. E os
homens também, porque na realidade o que nós buscamos é a felicidade.
Quero parabenizar à
Ver.ª Titi Alvares por estar assumindo. Desejo que no período em que ela ficar
nesta Casa possa reforçar a construção de um futuro mandato definitivo.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Vereador. Eu achei muito
bonito esse seu gesto de fazer referência ao reconhecimento do Ver. Cecchim a
respeito de retirar a palavra “mal-amada”, mas a respeito do comentário da
comunicadora dizendo que eu devo pendurar uma melancia nos testículos, qual é a
sua opinião?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador, eu não
quero polemizar. Eu já fiz o meu gesto, senão nós vamos polemizar, e eu tenho
um assunto diferente. Eu quero só aproveitar hoje para parabenizá-lo. Eu acho
que V. Exa. pode até usar o período aqui para fazer o confronto e aí eu vou me
pronunciar. Vereador, V. Exa. me conhece, eu sou do bem. Eu disse que nós,
homens e mulheres, merecemos ser amados. Não quero polemizar sobre a questão da
pessoalidade. V. Exa. sabe a posição que eu tenho sempre aqui nesta Casa sobre
a questão, inclusive, de moção de repúdio. Acho que cada um de nós tem o
direito e o dever de ficar indignado, principalmente quando nos ofendem.
Mas vou utilizar este
tempo para falar sobre o tema da violência, a questão da segurança.
Recentemente, eu disse que no Brasil nós estamos vivendo uma era como a que
ocorreu, há alguns anos, na Colômbia, pois as guerrilhas urbanas generalizadas
em todo o nosso País estão tomando conta.
E, de forma fraterna,
eu quero aproveitar para convidar os colegas Vereadores e Vereadoras, e a
comunidade em geral para, amanhã, no Clube do
Professor Gaúcho, às 19h, através do Gabinete, estarem na reunião com as
entidades; a associação Eu moro, Eu Cuido de Ipanema; a Associação dos
Moradores do Bairro Ipanema - AMBI; a Associação da Zona Sul; mais do bairro
Guarujá, Sociedade Amigos do Bairro Guarujá, e o próprio Clube do Professor
Gaúcho, onde teremos as presenças do Cel. Antonio Maciel Jr, Comandante do 1º
Batalhão de Policiamento da Capital e do Sebastião Melo, nosso Vice-Prefeito.
Esta reunião é para discutirmos a questão da segurança nos bairros Ipanema,
Guarujá, Espírito Santo, e, principalmente, a questão na orla do Guaíba. Hoje,
a Brigada Militar tem, naquela região, um posto avançado que fica na Rua Dea
Coufal. Segundo o Comandante, esse posto fica afastado, não tem visibilidade
nenhuma junto à comunidade; então, ele está postulando que a Brigada Militar
possa ter um posto na orla, na Av. Guaíba. Amanhã faremos junto aos moradores,
às associações, às entidades, para buscarmos uma área para o novo posto da
Brigada Militar. Temos certeza de que a comunidade, e o comércio também, vão
ajudar, e muito, na construção dessa nova sede, porque isso vai minimizar os
assaltos, a onda de violência, que os moradores vêm sofrendo: são carros
furtados; são assaltados ao saírem de suas residências; até as escolas do
entorno têm as suas dificuldades. Todas as escolas também estarão participando,
amanhã, desta reunião, para que possamos minimizar, cada vez mais, essa
situação de violência. Mas volto a dizer, a violência, hoje, é generalizada no
nosso País. Insisto, vou continuar insistindo, que nós vivemos hoje no nosso
País o que viveu a Colômbia há alguns anos. Ou seja, uma guerrilha urbana
surda, generalizada, que, em qualquer lugar que tu estejas, tu tens um
sentimento de fragilidade, de não-comando e, ao mesmo tempo, também, parece que
nós estamos sem nenhuma reação. E nós, como homens públicos, seguidamente,
somos cobrados; parece que nós temos uma solução, e eu quero dizer que nós não temos
uma solução. Na realidade, nós temos que discutir essas ações de forma
coletiva, ouvir aquelas pessoas que conhecem o tema da segurança, para que
apresentem sugestões. Mas, na realidade, o que a população precisa e quer saber
é de ações concretas. E, se precisar colaborar e participar, eu tenho a certeza
de que a população está sempre, nesse aspecto, querendo colaborar. Então, por
isso, mais uma vez, eu venho convidar para que compareçam amanhã, Clube do
Professor Gaúcho, para fazerem essa discussão com os diversos bairros, para que
a Brigada Militar possa, sim, colocar uma nova sede na orla do Guaíba. Tenho
certeza de que o comércio do entorno e os moradores vão colaborar para que nós
possamos, pelo menos, ter a sensação de estarmos mais seguros.
Ver. Bernardino, oportunamente, nós teremos como
fazer essa discussão no âmbito maior, mas eu quero lhe parabenizar pelo seu
aniversário e dizer que eu não concordo com o termo que foi colocado, de forma
alguma. Ao mesmo tempo, V. Exa. sabe que eu sempre digo: benditas as
divergências. Eu respeito as palavras divergentes. Claro, que elas sempre devem
ter um ordenamento e respeito.
O Sr. Cassio
Trogildo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Professor Garcia, primeiramente, quero lhe parabenizar pela
iniciativa e só lhe pedir para repetir o local, porque ficamos com uma certa
dúvida, se é o Clube do Professor Gaúcho ou o Clube do Professor, lá em
Ipanema?
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Clube do Professor Gaúcho, em Ipanema, às 19h.
O Sr. Cassio
Trogildo: Obrigado.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo o Memorando nº 011/15, de autoria do Ver. Clàudio Janta, nos termos do
art. 227, §§ 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a
sua participação no debate sobre o Bioma Pampa, nos dias 1º e 02 de junho de
2015, em Pelotas, iniciando as atividades da Semana Estadual do Meio Ambiente,
sem ônus para esta Casa.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Mauro, Ver. Kopittke, Ver. Engº Comassetto, Ver.ª Ariane, eu, em
nome do nosso partido, da nossa bancada, tenho estado nas negociações em nome
do meu partido, nas negociações com os municipários, nas movimentações junto
com outros Vereadores e Vereadoras, e nós, aqui, neste momento, queremos, de
forma muito forte, dizer que não dá para aceitar a última posição do Governo,
Secretário, Ver. Casartelli, porque o Governo vem exigindo que a categoria não
feche os prédios, e a gente sabe, Cassio, que uma categoria que está indignada,
12 dias de greve, manteve esse compromisso, não impediu o trabalho, mas tem que
fazer a sua manifestação. Escolheram fechar a rua. E não é possível um Governo
que afirma que quer negociar, que afirma que quer avançar, dizer num dia
dramático como o de hoje que amanhã de manhã tem assembleia dos municipários,
não marcar reunião, Cecchim. Eu acho que nós, aqui na Câmara, mais uma vez,
precisamos destrancar, porque houve um avanço importante. Nós terminamos a
semana, animados - sexta-feira, porque houve uma reunião à tarde, uma reunião
sobre o novo PL. Esta Câmara vai receber um plano para resolver o efeito
cascata, finalmente coordenado, combinado, construído com a categoria municipária
- isso vai ser muito bom. Acho que nós vamos superar a crise em que vivemos
aqui, mas isso não é o suficiente, porque é a data base da categoria. O fato do
efeito cascata e de o Ministério Público e de a Justiça estarem colocando em
xeque a vida dos municipários... E agora, na greve, só na greve, seis meses
depois, foi possível, o Governo recuar, retirar o projeto, estar escrevendo um
projeto de acordo com a categoria, sem nenhuma perda, nem para trás e nem para
frente. Isso é uma obrigação do Governo, é importante, é uma vitória da
categoria, é uma vitória da greve, mas uma pauta importante, que a categoria
apresenta, tem respostas muito frágeis ainda, tem respostas ainda muito na
perspectiva de negociação. Há quatro anos a carreira não tem ainda a sua
consecução nas promoções. A pauta da categoria marca uma data para publicar as
promoções. Não é agora, não precisa pagar tudo retroativo, negocie o atrasado.
Na pauta da categoria, nós queremos a recuperação da inflação, mas não no ano
que vem, porque serão dois anos de defasagem. Há pequenos detalhes, e o fato de
não haver uma negociação, o fato de o Governo exigir comportamento da
categoria, acaba tirando créditos de nós, inclusive, que estamos na mediação,
de que há uma vontade política de resolver impasses.
Nós estamos há 12 dias em greve. Se a mídia, se o
povo mais do Centro só percebe as movimentações do municipários; na verdade, a
população mais carente da Cidade é quem está sentindo o que significa uma greve
sem solução e sem avanço. Domingo, eu estava em Santa Rosa, e as pessoas me
falavam do posto de saúde que não está atendendo, da escola que está parada,
das escolas estão paradas na Zona Norte, a escola municipal João Antonio Satte,
o colégio Ildo. A comunidade da periferia, há 12 dias, está sentindo os
impactos de uma categoria que, se não se mobilizasse, talvez já tivesse sido
votada, nesta Câmara de Vereadores, uma perda salarial, uma perda na sua
carreira, que é o que significava o projeto.
Então, o Governo Municipal precisa tomar consciência
que não dá para fazer uma chantagem em cima de comportamentos: a não, se a
categoria não se comportar, não dá, e assim vai. Vamos dar sequência na aposta
da negociação. Eu acompanhei a penúltima e a última assembleias, Ver. Pujol,
Presidente da CECE. A assembleia começa às 14 horas e 30 minutos, reunião por
grupos, por Secretaria, reunião por local de trabalho. As pessoas analisam a
proposta. A categoria só tem dito que é insuficiente, não tem rejeitado a
proposta, tem feito contraproposta, leva para a mesa de negociações. Eu nunca
vi um coletivo tão grande, tão consciente, numa greve, capaz de encontrar no
diálogo uma solução.
Agora, não é possível, a cada movimento feito pela
categoria para ser ouvida, para indicar que tem de haver negociação, ela receber
como resposta um não: vocês fecharam o prédio, eu não converso; vocês fecharam
a rua, eu não converso; vocês fizeram isto ou aquilo, eu não converso!
Encerrando, Presidente, não há como achar que o Governo quer resolver o
impasse. É muito séria essa situação, é indignante. A categoria, hoje, não
impediu ninguém de entrar, e, neste momento, deveria estar acontecendo uma
reunião de negociação - uma reunião de negociação decisiva e importante. Basta
para a categoria ter uma sinalização concreta de que será recuperado, no seu
salário, o que se perdeu, basta que o plano de carreira seja, de fato,
destravado – e parece que há uma boa sinalização nesse sentido na área da
saúde.
Então, o que a gente faz, aqui, em nome do Partido
dos Trabalhadores, é um apelo para que imediatamente se abra uma reunião de
negociação.
Amanhã tem assembleia geral. Nós queremos que a
categoria sinta que ela está sendo respeitada, que a sua vontade, a sua
necessidade, o seu direito sejam escutados, que vejam um Governo consequente.
Então, negociação já! E chega de chantagem e
comportamento...
(Som cortado,
conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos acompanha nas galerias, preciso vir a esta tribuna - e falo
aqui em Liderança de Governo -, porque a Ver.ª Sofia, assim como outros
Vereadores - a Ver.ª Fernanda, que tem sido muito assídua; o Ver. Kevin, como
Líder do Governo; o Ver. Casartelli; o Ver. Cleiton; o Ver. Reginaldo Pujol -
tem acompanhado as reuniões de negociação, e, em nenhum momento, o Governo tem
se eximido de negociar; pelo contrário, o Governo tem sentado à mesa a todo o
momento. (Vaias.)
Eu estive nas três ultimas reuniões de negociação -
inclusive, na última, fui convocado duas horas antes do horário marcado para a
reunião -, o Governo tem marcado presença e tem feito os devidos
encaminhamentos. Na própria mesa de negociação têm sido reconhecidos os avanços
que nós temos tido, principalmente em relação ao projeto do efeito cascata.
Inclusive, na última reunião, todos os Vereadores presentes se comprometeram
que, assim que o projeto estivesse pronto, com o acompanhamento dos
municipários, e sem que houvesse nenhuma medida corretiva, Ver. Pujol, o
projeto venha para cá para ser discutido; nós queremos um projeto pronto,
acabado, já avalizado! E eu tenho o compromisso de grande parte dos Vereadores
desta Casa nesse sentido! Inclusive, me arrisco até a dizer, Ver. Pujol, com a
totalidade dos Vereadores dessa Casa, de que se tenha um projeto que garanta,
sim, que não se tenha perda para traz, que não se tenha perda no presente, e
não se tenha perda no futuro também. E é isso que tem se construído através de
um projeto que iniciou no Executivo e que foi paralisado quando foi uma
exigência que se tivesse no final do ano passado o projeto aqui.
E o Governo mandou, sim, um projeto que ria
estancar para que não tivesse perda lá traz, para garantir que se tivesse uma
decisão no Supremo Tribunal, que os municipários não tivessem perda para traz.
Agora, sempre foi disposição do Governo de construir, Ver. Reginaldo Pujol - o
senhor é Vice-Líder do Governo e tem esse conhecimento -, para que não era para
ter perda, nem para traz, nem no presente e nem no futuro. Esse é o compromisso
dos Vereadores da base, dos Vereadores de oposição e dos Vereadores do
Executivo. Agora, realmente, sempre foi incondicionante da mesa de negociação
que, para ter negociação, às avenidas tem que estar desobstruídas, o prédio lá
na Secretaria tem que estar desobstruído, sim, porque com isso não é a
Prefeitura que está sendo prejudicada; quem está sendo prejudicada, Ver.
Maroni, é a população de Porto Alegre. E nós queremos, sim, chegar ao mais
rápido possível ao bom termo, para que o conjunto da população de Porto Alegre
possa ter Ver. Nereu, os serviços novamente restabelecidos na Cidade. Agora só
não dá para ficar indo para a mesa de negociação, dizendo uma coisa e depois
reproduzindo que não aconteceu na mesa de negociação. Na própria mesa de
negociação os municipários reconheceram quando pediram para o Governo retirar o
projeto que aqui estava. E o Governo imediatamente retirou; está aqui o Gil,
que veio, protocolou e levou lá na hora da reunião ainda, Se é isso que querem
vamos retomar um outro projeto, está aqui, está garantido, e os municipários
reconheceram isso. Então, teve avanço? Teve avanço, sim. E acho que um outro
grande avanço é o reconhecimento de que só teremos um projeto acabado, no
tempo. O tempo vai ser o tempo que os municipários, com um grupo de técnicos do
Governo, tiverem para terminar o projeto, que pode ser... E o compromisso aqui
dos Vereadores é que seja ainda antes do recesso. Nós queremos que ele chegue
aqui no máximo até o final de junho, para que antes do recesso ainda possamos
votar. Muito obrigado, um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro;
companheiros e colegas municipários; eu quero começar dizendo que o que tem
prejudicado a população de Porto Alegre é a intransigência do Governo em
responder a dois temas fundamentais. Depois, vou entrar na questão das mesas de
negociações, porque é importante, sim, fazer um resgate. Nós estivemos
acompanhando, para garantir que haja avanços concretos para a categoria.
A questão do efeito cascata: a categoria, desde o
ano passado, tem vindo a esta Câmara de Vereadores, tem feito piquete na frente
da Prefeitura; além disso, denunciou, quando entrou o projeto do abono, dizendo
que aquele projeto, na verdade, tirava a carreira dos municipários, sendo parte
de uma política de fazer economia com os salários dos municipários, o que
aconteceu no conjunto dos servidores públicos com a Emenda Constitucional nº
19. E vocês pasmem: nós temos que estar no 12º dia de greve para o Governo
reconhecer que não atingirá o futuro. Eu acho que é uma conquista um projeto
que garanta o futuro e a carreira dos trabalhadores municipais.
Agora, para retirar, ainda, o projeto do abono,
Ver. Cassio Trogildo, teve que ter greve. Isso que a categoria, em dezembro do
ano passado, quando as pessoas pensam no Natal e no Ano Novo, estava lá, na
frente da Prefeitura – e aqui está a direção do Sindicato para dizer que é
verdade –, fazendo piquete para que o Governo retirasse o projeto do abono da
Câmara de Vereadores. Teve um acordo de não votar o projeto da Fazenda enquanto
não tivesse uma solução de conjunto para a categoria dos municipários. Nós
fomos atropelados, na Câmara de Vereadores, e o projeto da Fazenda foi aprovado
por ampla unanimidade desta Casa.
Existe uma política de ajuste dos Governos, prezado
Ver. Prof. Alex Fraga, que é professor municipal e que, portanto, além de
Vereador, comprometido com as causas da categoria, também tem defendido a luta
dos trabalhadores, como municipário que é. A categoria está, nesse tempo,
lutando para não ter perdas: perdas na carreira e perdas da inflação. Por isso,
o parcelamento é um ataque aos trabalhadores, porque a inflação já está em
8,17%, e querem pagar esses 8,17% só em março do ano que vem, enquanto os
preços das coisas estão aumentando, como o supermercado, a gasolina e a energia
elétrica.
O plano de saúde foi conquista da greve passada. Só
tem 600 municipários, hoje, no plano de saúde. Por quê? Porque os valores são
abusivos, porque não inclui dependente. A Prefeitura, que gastava R$ 1,6 milhão
com a AFM, está gastando menos que a metade disso com o novo plano de saúde!
Então, de novo, fazendo economia com o plano de saúde dos municipários. No caso
da inflação, são R$ 85 milhões que o Governo faz caixa com o salário dos
trabalhadores, se não pagar a inflação. Mas nós acompanhamos a mesa de
negociação. Nós achamos que foi um avanço, uma sinalização retirar o projeto do
abono, um avanço diante da luta da categoria; é verdade, teve que entrar em
greve para fazer aquilo que estava dizendo desde dezembro do ano passado. Nós
estivemos na última em que sequer o ponto da antecipação do parcelamento,
portanto, a garantia da integralidade dos 8,17% da inflação, foi garantido. Houve
uma reunião para discutir o novo projeto de lei, é verdade. Mas quero dizer
para todos que estão aqui presentes: política da chantagem não é conosco;
política do governo querer dizer quando uma categoria faz uma greve, nós não
aceitamos. Romper a mesa de negociação é intransigência, autoritarismo! Se o
prefeito tem a caneta para fazer algo inédito na história da categoria que é,
durante o processo de greve, cortar o ponto dos municipários, descontar dias
parados de uns mais do que outros, uma enorme confusão, mas a medida de cortar
ponto, que é uma garantia constitucional o direito à greve, foi descumprido
pelo Prefeito Municipal! E se ele tem a caneta para, de maneira intransigente,
cortar o ponto, a categoria tem os seus corpos, sim, para fazer mobilização,
passeata, para estimular os outros colegas para entrar em greve, porque,
afinal, se a gente não luta, não conquista! Portanto, foi uma ruptura
unilateral do Governo na mesa de negociação de hoje à tarde.
Nós estamos aqui na tribuna, Presidente Mauro, fazendo
um requerimento para que V. Exa. receba o comando de greve e esta Câmara...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: ...se pronuncie, mais uma vez, como fez semana
passada, imediatamente pela retomada das negociações, porque, se tem um culpado
para que nós estejamos no 12º dia de greve dos municipários, se tem um culpado
para a categoria ser obrigada a fazer greve, se tem um culpado para a má situação
no atendimento das escolas, postos de saúde, esse culpado é o Governo Fotunati
e Sebastião Melo que não negociam com uma categoria que, legitimamente, só está
dizendo: “Nem um centavo a menos na carreira, no salário, no plano de saúde, no
direito à greve!” Nem um centavo a menos para aqueles que constroem as
políticas públicas municipais, porque, felizmente, os governos passarão, mas os
municipários seguirão na ponta, prezado Mário Fernando.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 94, § 1º, alínea f do Regimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, na última semana, a
convite da 45ª Assembleia Nacional da Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento – Assemae, que trabalha o tema da engenharia sanitária
para contribuir com o saneamento ambiental e a construção do sistema nacional
de desenvolvimento urbano. Eu tive o prazer de fazer uma conferência de
abertura, na 45ª Assembleia Nacional, como Conselheiro Nacional das Cidades,
representando os Vereadores do Brasil. E aqui, neste momento, quero dizer que o
tema da reforma urbana e o tema das cidades são temas essenciais na vida não só
do Parlamento, como do Executivo.
E eu quero cumprimentar aqui as minhas duas colegas
Vereadoras que assumiram esta semana e que são militantes do tema da reforma
urbana; sejam bem-vindas a esta Casa.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Quero dizer que, diante do
tema que está em construção no País – que é o Sistema Nacional de
Desenvolvimento Urbano –, o encontro que aconteceu na cidade de Poços de
Caldas, em Minas Gerais, representou que há todo um tema do Sistema Nacional de
Desenvolvimento Urbano. O que é o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano? É
um sistema que contempla...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Concluindo a minha prestação de contas, Sr. Presidente, eu faço questão
de vir sempre a esta tribuna dizer que essa 45ª Assembleia da Assemae, que teve
3 mil participantes de todo o Brasil...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr.
Presidente, eu quero fazer uma sugestão, já que nós estamos recebendo os
municipários. Eu estou no meio da minha fala, e eu me proponho a interromper para que possamos receber os municipários, e digo que aqui é o
Parlamento, e é o lugar de conversar. Sejam bem-vindos. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Combinamos com
os Líderes que suspenderemos os trabalhos e convidaremos o
comando de greve para, junto com os Vereadores, nos reunirmos na sala da
presidência, a fim de ouvirmos os manifestantes.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h06min.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 17h06min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. CASSIO
TROGILDO (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente,
entrar no período de Pauta. Após retornamos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Cassio Trogildo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0522/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/15, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que proíbe a comercialização e o
consumo de bebidas alcoólicas nos casos que especifica e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2993/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 279/14, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que
institui parágrafo único no art. 64 da Lei nº 6.310, de 29 de dezembro de 1988
– que estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários do Departamento Municipal
de Habitação (Demhab), dispõe sobre o Plano de Pagamento e dá outras
providências –, e alterações posteriores, estendendo gratificação por atividade
especial a detentores do cargo de Guarda Municipal que especifica.
PROC.
Nº 0982/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que concede a Comenda
Porto do Sol à Bem Estar Comunicação e Editoração Ltda. – ME.
PROC.
Nº 1100/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/15, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Peterson
Ungaretti.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à tribuna para discutir o PLL nº 279/14,
que inicia sua discussão nesta Casa. O projeto trata do plano de carreira dos
funcionários do DEMHAB. Eu achei importante fazer esta discussão de Pauta sobre
este projeto, que nossa Casa terá oportunidade de analisar, exatamente em
decorrência do que acaba de acontecer. Os servidores municipais vieram a esta
Casa, tiveram que se socorrer do Legislativo porque simplesmente o prefeito
adjunto, em permanente exercício da função na Cidade, o prefeito terceirizado
da nossa Cidade, Sebastião Melo, fechou a porta na cara dos servidores e se
recusou a negociar, fazendo com que os servidores tivessem que se socorrer
desta Casa. E que bom que eles a têm! E que bom que os Vereadores de situação e
de oposição bem os acolheram, como a democracia assim demanda e exige que nós
assim o façamos, que esta Casa sempre tenha suas portas abertas para as
demandas da sociedade. Neste momento, esta Casa se tornou o último espaço de
recurso, depois de 12 dias de greve, 12 dias tentando fazer uma negociação com
o Município de uma greve causada pelos erros da gestão municipal do prefeito
terceirizado Sebastião Melo, que começou a disparar projetos de lei para determinadas
classes da ponta de cima da pirâmide, provocando exatamente um caos no
Município, na relação com os servidores, por isso é importante debater esse
plano de carreira dos funcionários do DEMHAB, como também toda a situação dos
servidores do Município. É inadmissível que a nossa Cidade – que sempre teve a
marca registrada do diálogo, e o Prefeito se orgulha de dizer que é a capital
mundial da democracia, vendendo um peixe que não foi ele que criou, mas é
legítimo que assim o faça – não dialogue exatamente com os servidores que
executam o dia a dia do nosso Município. É triste a nossa capital, que já teve
orgulho de ser a capital mundial da democracia, ter se tornado a capital
mundial da intransigência, a capital da falta de diálogo. Eu acho que é o
cansaço, Ver.ª Ariane, que passou esta semana conosco, enriquecendo a Bancada
do Partido dos Trabalhadores. Eu acho que é o cansaço que já vem chegando, após
esses dez, doze anos, em que mantiveram tudo que era bom, no discurso, mas não
praticaram na vida real, na relação com as comunidades de periferia. Eles falam
muito bem com aqueles bairros de gente de classe mais alta; quando é periferia,
quando é movimento social, quando é servidor público, fecham a porta. Aí a
qualidade do serviço público cai. Todos aqueles que estão nos assistindo sabem
dos diversos problemas que encontram na nossa Cidade, no dia a dia, nas
pequenas coisas. E, como bem disse o Ver. Villela, que já foi Prefeito desta
Cidade, esta Administração do Prefeito terceirizado esquece das pequenas
coisas, mas eu não acho que são tão pequenas assim. A relação com os
servidores, como demonstra este
projeto que está em pauta e todos os outros projetos que tramitam nesta Casa
sobre servidores públicos, não é uma coisa pequena, é grande, aliás, a maior,
porque são esses servidores que fazem o dia a dia do serviço público, da
Administração de Porto Alegre. Sem eles, não tem serviço público! Mas
infelizmente esta Administração parece que só fala com quem ganha acima de R$
10.000,00, eu acho, na Cidade, além de distribuir CCs, aqueles famosos 120 que
nunca foram cortados; o Prefeito prometeu que, em razão da crise, ia cortar...
Nunca cortou nenhum CC! Só apadrinhou nessa base gigante que ele tem, sem
cortar um CC e, na hora de dialogar com a massa dos servidores, com os
professores, com aqueles que atendem as Unidades Básicas de Saúde, aí fecha a
porta e diz que não tem dinheiro. Está errado, e quem sofre é a Cidade, são os
cidadãos de nossa Cidade com essa falta de diálogo da gestão cansada do
Prefeito terceirizado Sebastião Melo. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que aqui nos assiste e também
pela TVCâmara, saúdo também os funcionários desta Casa, nossos colegas. Como já
disse em reunião com as lideranças do movimento dos funcionários públicos e com
os Vereadores, há pouco tempo, tentando harmonizar um acordo, tentando
sensibilidade das partes, sou funcionário público estadual, tenho uma professora
concursada municipal como chefe de gabinete e tenho esse sentimento de que tem
que ser feito um acordo. Tenho essa necessidade de que seja feito um acordo,
até porque queremos que cesse a greve, que cessem as paralisações e que tudo
continue de uma forma que ninguém saia perdendo. Dizer aqui, senhores, que não
houve acordo, que o Governo não teve nenhuma sensibilidade em acordar não é
verdade. Desde o primeiro projeto, desde o primeiro momento em que foi retirado
de votação o projeto, nós tivemos a sensibilidade do Governo nesse sentido. E
digo mais, senhores: no domingo retrasado, sete
Vereadores estiveram presentes na Prefeitura Municipal – dia de chuva, ficamos
lá quatro horas e meia junto com o Secretariado, tentando buscar soluções. E
vimos que dali saiu um avanço, um avanço bem importante, Ver. Pujol, que nós
trouxemos para que se firmasse um acordo. Então, dizer que não houve
sensibilidade, que o Governo está cansado... Cansado não, senhores! Cansado de
construir obras, cansado de transformar Porto Alegre. Então, houve esse avanço,
sim!
Nós, que somos
representantes do povo de Porto Alegre, de 1 milhão de pessoas, que também
envolve os funcionários públicos, que queremos ver esta Porto Alegre crescer,
pedimos aqui aos dois lados que haja uma sensibilidade dos dois lados. Estou
vendo que está avançando, e vai avançar, porque vi na atitude da Prefeitura,
naquele domingo, naquele momento, a iniciativa de que os seus funcionários
devem ser beneficiados, sim. Então, é uma questão de tempo e uma questão de sensibilidade
das outras partes. Às vezes, eu vejo pessoas aqui transformarem essa negociação
entre Governo e municipários num palanque eleitoreiro, num palanque ideológico.
E isso a gente sabe que os funcionários, na sua maioria, não querem; na sua
maioria, estão loucos para que termine a greve, inclusive os grevistas, porque
sabem da dificuldade de manter uma greve, uma greve que as pessoas na rua
muitas vezes criticam.
Então, é importante
que esses militantes que não querem o acordo tenham sensibilidade, sejam
verdadeiramente representantes do seu Sindicato, membros do seu sindicato,
sejam representantes. Esses que não querem e que fazem careta, esses, sim,
querem, ideologicamente, que continue essa greve. Esses, sim, não querem que
avance; nós queremos que avance. O verdadeiro sindicalista quer que avance; o
verdadeiro municipário requer que avance;
os Vereadores querem que avance, e Porto Alegre quer que avance, sim. Obrigado,
senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
venho a esta tribuna, em Pauta, para tratar do PLL nº 279/14, de minha autoria,
que estabelece uma gratificação para os motoristas do DEMHAB. São cinco ou seis
motoristas, guardas municipais que também dirigem. É uma gratificação que já
existe no DMAE – se não me engano também existe no DMLU -, e nós estamos
também, dentro do quadro de carreira do DEMHAB, propondo para que, por uma
questão de isonomia, os servidores do DEMHAB, guardas municipais, que tenham
essa função, essa atribuição de dirigir, possam perceber essa gratificação.
Não poderia também aqui deixar de tratar do tema
dos funcionários, de mais um avanço conquistado na tarde de hoje, com o auxílio
desta Câmara Municipal, Ver. Reginaldo Pujol. É uma nova reunião de negociação
entre o comando de greve do Simpa, os Vereadores e o nosso Vice-Prefeito
Sebastião Melo, lá na EPTC. Só para rememorar, o Ver. Delegado Cleiton já
colocou aqui todo o trabalho que os Vereadores têm feito – os da base também, e
os da oposição, diga-se de passagem -, apesar de, em alguns momentos, não serem
retratados, nesta tribuna, exatamente, os avanços que se têm conquistado, mas
nós temos tido, sim, nas negociações, vários avanços. E mais um avanço é esse:
ter uma reunião, porque na semana passada, tivemos uma reunião na quinta-feira,
em que ficou combinada uma reunião na sexta-feira, já com o Grupo de Trabalho
para tratar do efeito cascata. Projeto esse que tem o compromisso do Governo de
que não haja perda para trás, perda no presente e perda no futuro. E foi dito
hoje, inclusive, Ver. Alberto, na Mesa de negociações que estabelecemos na Sala
da Presidência, que a questão do efeito cascata é, sim, o principal componente
dessa greve, porque havia um temor de que os municipários pudessem perder 30%
do seu salário. Logicamente, o Governo vem trabalhando nisso há muito tempo e,
no final do ano passado, aqui, remeteu um projeto, Ver. João Bosco, de garantia
para que não tivesse perda para trás, que era o que estava finalizado naquele
momento. E o grupo de trabalho nunca parou de trabalhar, tanto que o projeto
está lá, praticamente pronto, aguardando, e com o acompanhamento do Simpa,
fazendo a revisão para termos o melhor termo e também verificarmos que ele não
tenha repercussão financeira também em relação às finanças do Município.
Então, nós temos tido muitos avanços. Tínhamos uma
reunião marcada, sim, para hoje, à tarde. Os municipários concentraram-se lá em
frente à Prefeitura nova, fizeram uma mobilização. O Governo entendeu que eles
tinham, então, fechado a rua e suspendeu a reunião, como já havia sido feito na
semana anterior, quando o prédio foi fechado. Então, esta postura do Governo
vem sendo anunciada: se fechar o prédio ou se fechar a rua, estão suspensas as
negociações. Mas, mais de uma vez, o Executivo, através do Prefeito e do
Vice-Prefeito, demonstrou a sua sensibilidade, de nunca ter fechado a porta
para o diálogo com os municipários. Fruto disso, demonstração disso é a reunião
marcada para daqui a pouco mais, às 17h30min, antes ainda da assembleia que o
Simpa vai realizar com todos os municipários amanhã, às 20h.
Então, meu querido amigo, Ver. Alberto Kopittke, para
que seja feita justiça com esta Câmara Municipal e, inclusive, com todos os
Vereadores da base e também de oposição, que estão acompanhando, Ver. Pujol,
Vice-Líder do Governo. Nesse processo, dizer que não estamos tendo avanço é
desconsiderar a nossa participação, dos Vereadores, tanto da base como da
oposição, no encaminhamento desse processo, que tem, sim, avançado e, quiçá,
nós vamos, a bom termo, às melhores condições, para retornarmos ao trabalho,
todos os municipários, principalmente, para aqueles que mais precisam, nas
escolas municipais, na assistência social e em um ou outro posto de saúde, onde
o serviço foi interrompido. Muito obrigado, vamos para a reunião e que possamos
ter um bom resultado para a retomada do trabalho de todos os municipários.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
como os demais Vereadores que se manifestaram em Pauta, discussão preliminar,
eu venho à tribuna também em função do projeto de lei proposto pelo Ver. Cassio
Trogildo, que institui parágrafo único no art. 64 da Lei nº 6.310, de 29 de
dezembro de 1988, que estabelece o plano de carreira dos funcionários do
Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. Presidente, indiscutivelmente, eu
tenho, em relação ao DEMHAB, sua existência, seu corpo de funcionários, uma
vinculação muito forte, uma vinculação até afetiva; de certa forma, comprometida
de tal sorte que, com frequência, posso ter uma visão até não muito correta do
que está acontecendo.
Hoje, por exemplo, com relação a esse assunto, eu
fico surpreso em saber por que outros setores do Município, todos, já
diligenciaram, na vinda para a Casa, um projeto de lei com essa finalidade e
que isso só não tenha ocorrido com o DEMHAB. Como eu acredito que mais vale
tarde do que nunca, o projeto do Ver. Cassio vem estabelecer essa isonomia e
consertar uma situação paradoxalmente equivocada que aqui se registra.
Mas, Sr. Presidente, da mesma forma como os demais
colegas que se manifestaram em Pauta, eu não posso deixar de estabelecer a
minha preocupação muito forte com os debates que aqui aconteceram, inclusive
com a utilização, Delegado Cleiton, deste tempo de Pauta para fazer crítica
absolutamente infundada e injustificada, até irônica, com relação ao
Vice-Prefeito, dizendo que ele é um terceirizado para cuidar desse fato, como
se essa delegação de poderes fosse alguma coisa equivocada.
Aliás, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, me parece
que o ilustre representante do Partido dos Trabalhadores, que está aqui na
tribuna, está olhando a situação do Brasil, porque o que consta aqui em matéria
de terceirização é que a Presidente da República terceirizou a negociação
política para o Vice Temer, e as finanças, a economia nacional, para o Ministro
Levy, que é contestado pelo Partido dos Trabalhadores. É preciso que se vejam,
com muita clareza, as situações diferentes que estamos vivendo. O Município de
Porto Alegre, o Prefeito José Fortunati, o seu Vice-Prefeito Sebastião Melo,
toda a administração, estão hoje sendo vitimas dessa lamentável situação em que
se encontra o País. Todos nós sabemos que o Brasil só não quebra, porque as
nações não têm falência para ser decretada. Mas o País se encontra numa
situação absolutamente desconfortável, injusta. E, quando se fala em proteger
os servidores públicos, quer do município, quer do Estado, quer da União, eu
quero lembrar, sinceramente, que, ultimamente, as vitórias que o Governo
festeja na Câmara dos Deputados são em arrocho à classe média, arrocho aos
servidores, e, especialmente, aos mais pobres, que estão caindo no desemprego
em função, especialmente, dos equívocos da política econômica e acabam não mais
tendo acesso direto ao seguro-desemprego, que havia sido estabelecido para as
situações excepcionais.
Então, com esse contexto, eu não vejo condição que
a representação do PT venha criticar o trabalho que está sendo feito pelo
Governo Municipal, de forma responsável. Não adianta assumir compromisso com a
categoria dos municipários, e amanhã não poder cumprir.
E todos nós sabemos que essa crise que assolou o
País mal começou! Ela vai continuar ainda, infelizmente. A cada mês que passa,
se agrava por inteiro a situação, especialmente em termos econômicos,
especialmente em termos de custo de vida, de inflação e de desatino,
especialmente dos menos favorecidos da sorte.
Por isso, Sr. Presidente, o projeto do Ver. Cassio
é um belo projeto, merece o nosso apoio, nós estaremos juntos com ele
trabalhando para que ele cumpra com as suas finalidades, e há de cumpri-las,
porque, certamente, não faltará, nesta Casa, o apoio necessário para a sua
aprovação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há mais inscritos para discutir a Pauta.
Encerrada a Pauta. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h30min.)
* * * * *